Thursday, March 30, 2006

E você?



Sou um emaranhado de peças que não formam nada no quebra cabeça
( ou, pelo menos, eu não vejo nada)
sempre começo, terminando
já até pensei como vou terminar esse texto
'será que vc entende o meu quebra cabeça?'
mas acho melhor falar isso aqui mesmo.
não sou tão culta quanto pareço
se é que pareço
regredi de uns anos pra cá.
e tô sismada hoje.
não vejo tantos filmes assim, não
e nem tenho argumentos pra falar disso com vc ou com qualquer um ou uma
e acho que tô com ciúme, sim
que merda
odeio quando precebo que não sou mais a dona da situação
que não posso mais esquecer vc num piscar de olhos
e por falar nisso
eu nem consigo mais fechar meus olhos.
será que vai dar?
eu não pareço em nada com vc
mas é que eu gosto do seu cheiro e de quando vc ri
é bonitinho
e será que vc entende meu quebra cabeça?
será?
será?
sou confusa, sim
e odeio quando me dizem que não entendem o que eu falo
é que os pensamentos passam rápido
e as piadas são um tanto, se é que eu posso dizer, 'diferentes'
sou realista, sim
todo homem, pra mim, já vem com um 'cafajeste' escrito na testa
mas vc não.
e sou sonhadora, sim
não gosto do filme onde um dos mocinhos morrem, não
e, então, eu não quero ser mocinha
mas e meu quebra cabeça?
vc entende?
entende?
acabo de lembrar
isso deve ser efeito da tpm...
mentira!!!
é que, na verdade
FUDEU
( gamei )

Sunday, March 26, 2006

Faço minhas as palavras

" 'Eu canto pra quem?'
esquadro que eu mal sei usar.
janela aberta de frente pro-não-sei-o-quê.
tento prestar atenção.mas não consigo concentrar.
cabeça agitada pedindo tranquilidade. sem trema.
um sonho estranho. uma criança me fazendo rir.
e olha que dormi pouco.
cores de almodóvar. sim. eu não sonho em preto e branco.
duas mulheres andando com os braços esticados.
um homem tentando arredar as mesas e cadeiras para evitar que se machuquem.
esqueceram de tirar as mesas e cadeiras da minha frente.
eu já me esqueci várias vezes de fazer isso também.
às vezes a gente acaba achando que é pagamento.
dá uma dor de cabeça danada pensar assim.
aquele sentimento meio que remorso, meio que arrependimento, meio que culpa.
nada é por inteiro, nem consegue durar tempo demais.
ainda mais quando chega a auto-piedade. socorro. livre-me desta também.
de repente se percebe que não adianta usar o controle remoto pra desligar a chuva.
e nossa escolha pode não ser acertada. é errada então.
tento passear no escuro também.
(não gosto muito de maiúsculas, desculpe)
falo "tipo" e nem sempre sei conjugar os verbos.mas foda-se a gramática.
eu vejo tudo embaçado agora.
preciso trocar as lentes.
e limpar as lágrimas.
e calar o grito.
e desligar o som. "

Tuesday, March 21, 2006

Desabafo

Eu sou falsa, sabia?
e sei que essa nao é das melhores coisas pra se dizer
mas sabe aquele choro que você viu na semana passada?
era falso
e aquela risada gostosa no cafe da manha?
era falsa
quando eu disse que adorei seus pais?
ou quando sua tia disse que você era gordinho e eu ri?
tudo falso.
acho que você não sabia, mas eu não acho a menor graça nas suas piadinhas
ou no jeito que você arruma o cabelo
ou como você coça a cabeça quando está inquieto.
às vezes eu penso: então, por que rir das piadinhas?
simples: porque você contou.
Mas agora me deu um aperto no peito.
No nosso último beijo, sabe aquelas estrelinhas que eu te falei?
Sumiram.
E seu cheiro já me dá dor de cabeça...
Eu sinto muito. alguns dirão que fui falsa, mas não.
Só fui apaixonada.
De qualquer modo, deculpa por ter sido falsa
por te acordar pela manhã antes de ir pra aula
por te beijar com os olhos espremidos...
Seria falsa, neste momento, se dissesse que te amo.

Saturday, March 18, 2006

Caro Sr. Felipe Oviedo,

Era um belo dia, as folhas esvoaçavam pelo céu e meu rosto se cobria de neve.A neve normalmente me traz a idéia de um dia triste, mas aquele não era.O sol aparecia tímido entre as muitas nuvens que cobriam o céu.Era um dia feliz porque eu estava feliz, ao contrário de hoje e de muitos outros dias desde então.Não durmo, não como, não faço nada além de pensar em uma única razão de viver uma vida doentia.Naquele dia, era diferente.Tudo estava belo, o capim fresco cheirava como nunca e cada flor do campo (se é que havia flores) era diferente quando olhada diferente.Tudo estava perfeito, mas já acabou.Nem bem sei ao certo porque acabou.Talvez o destino goste de nos pregar peças quando a gente menos espera, mas POR QUE NAQUELA HORA?
De uma hora para outra, tudo mudou.Nem sei porque escrevo isto se bem sei que seu coração já não se amolece com meu amor doentio.Quando o vi entrar por aquela velha porta de madeira de lei, senti que o destino começava a se fazer louco.Todas as coisas que antes eram belas se tornaram confusas, todos os amores que ora me faziam feliz, ora me atormentavam se tornaram esquecidos e um estranho e intenso sentimento de medo e felicidade acabava por me tomar.Então, entendi o que era aquela coisa estranha que os poetas chamam de amor.
Com o passar dos dias, sua presença se tornava essencial para minha sobrevivência.Minha alma necessitava de alguns minutos em sua presença para que recobrasse energia.Por algum tempo, pensei que seria suficiente.Não era.Aqueles poucos minutos já não me bastavam, pois meu amor crescia a cada encontro.Era indispensável escutar sua voz enérgica sendo suavemente sussurrada em meu ouvido, sentir seu perfume natural e desfrutar de companhia tão agradável.
Talvez você, como eu, não soubesse onde tudo isso iria parar.Talvez você não entenda como é bom e ruim amar alguém.Bom é por sentir-se vivo, é por aprender que não há vida sem troca e que a minha vida precisava da sua.Ruim por sentir que a perda pode causar amargura dentro de um único coração.Amor não se separa de dor.Meu amor é tal que não sei mais se gosto de amar ou de sofrer.
Há pouco me dei conta de que faz três anos.
No dia do meu casamento, meus olhos procuravam por você dentro daquela sinistra igreja e não encontraram.Desde aquele momento comecei a refletir se realmente teria valido viver todo um amor por um homem que não o reconhece.Em poucos dias, soube de seu casamento com uma senhorita filha de portugueses.Pensei em procurá-lo várias vezes, mas tais acontecimentos me impediam.
Não espero respostas suas, nem desculpas.Na verdade, escrevo-lhe porque sinto que é uma dívida com a minha alma e não estou mais impedida por meu marido, considerando o falecimento há algumas semanas.Deixo claro todos os meus sentimentos.Bem sei, como já disse, que seu coração não se amolece mais, principalmente depois da morte de tal senhorita portuguesa.Simplesmente, considero importante livrar-me dessas palavras porque um amor, por mais doloroso que seja, vale a vida que tenho levado até hoje.

Agradecida pela atenção,

Sra. Hernández

Thursday, March 16, 2006

Efeito forró

Aula de forró
Dois pra lá e dois pra cá
Desajeitado
Pisão no pé
Dor (e como dói)
Tô louca pra sair daqui
...
Música boa
Dá ritmo
Cheiro bom
(eu nem acredito que a gente tá conseguindo)
mão na cintura
braço no ombro
coladinho
(não é que a dor passou?)
...
fecho os olhos
tá bom demais!
Nem escuto o que os outros falam
Que cheiro você tem mesmo?
“cheiro bom da madeira do meu violão”
...
fim de tudo
beijo no rosto
(nunca mais lavo a bochecha)
não é que você é bonitinho?
...
chego em casa
você na cabeça
nem sei se vou te ver de novo
Nem lembro mais do seu rosto
(leves distúrbios de memória)
uma coisa fica
aquele seu cheiro

Monday, March 13, 2006

Deixa a idéia na cabeça....

Não há o que explicar, há o que compreender