Para evitar uma fatalidade

Amar menos e ser mais cínico com a vida. Eis a fórmula.

Insônia

Há tantas coisas que me povoam a mente no momento e me impedem de dormir: as que fiz e não devia ter feito, seja sob efeito alcoólico ou qualquer coisa; as que não fiz e devia, aqueles maldizeres que guardei ou qualquer coisa; as desconfianças que me acompanham, sejam elas procedentes ou qualquer outra coisa. As coisas qualqueres e as outras também.

Apresento ao espelho meu pedido de perdão tantas e repetidas vezes que a cada dia meu problema se engrandece. E choro. E sinto que a meu ver toda essa situação é bem maior do que para os outros, uma coisa qualquer. Ou qualquer coisa.

Não é a toa. É um pedido pra você que esperava mais de mim, perdão por fazer algo não esperado, por quebrar as regras, por desapontar... E perdão a mim.

'Tenho em mim todos os sonhos do mundo.' Mas não sou feita para tolerar as dores sem senti-las. Não sou nobre nem grande. E cometo erros.

Não quero que me trates como criança que não sabe o que faz. Nem que esqueça isso como se não importasse. Quero que seja como deve ser. Pra tirar todo o peso do peito e da cabeça... pois preciso dormir. (eu só quero dormir)

Hay veces que no soy fuerte

E se os fracos não têm vez...
me perdi.

Sobre as pessoas que falam

Às vezes o que as pessoas dizem não importa
e eu continuo andando sem rumo,
fora do controle.
E não mudo minhas opiniões, nem o tempo
apenas vejo tudo desmoronar sem que eu me abale.
Nessas vezes, só me importam as lembranças boas
e a juventude que ainda me resta,
nada nunca mais será mudado por um ou outros.
Só quero o que me importa, quem, quando ou como
quero o que quero.

Mas, na maioria das vezes, eu recuo.
Porque não quero gastar o tempo de ninguém.

Poeminha

"Tenho tropeçado com frequencia"
não sei o que está me acontecendo,
mas essa coisa de um pé aqui e o outro na lua
dá uma enorme dor nas costas.

Agora me parece que viver em versos de poema
não é tão fácil ou tão belo assim.
Porque dói.
E não chega de dor?

Tenho tropeçado na minha própria calçada
meus pés estão do mesmo tamanho
mas continuo caindo.

Mas ontem me deu uma coisa, dessas loucuras instantâneas
que só dão em quem já caminhou muito.
É hora de tirar os pés do chão (e ver onde vai dar).

Correr pra longe do mundo

pra ver quem vai correr atrás da gente.

Daqui a 20 anos...

Te encontrei na rua um dia desses. Te disse dos tempos antigos. A gente estudava junto, não é?
Eram tantas festas, acontecimentos, crises e afins. Tanto tempo faz... Hoje, esse tempo parece tão distante que nem dá pra lembrar direito. Eu me lembro de como me sentia, mas não dos rostos. Lembro que gostava de sentir ciúme, ciúme de tudo, só pra me achar gente. Mas são tempos tão longínquos. Não sou nada do que queria ser naquela época (idealista). E nem sei quem você é.
Porque o tempo separa.
Dá saudade e depois separa.
E te chamei de 'meu bem', 'a gente se liga'...
Mas sabe que isso não vai acontecer
porque nem seu nome eu lembro mais.

Não analisa não,

diria Sabino.
E xô crise!
Ê laiá! Saravá!

Mais uma vez solidão

E sinto saudade dos dias de hoje
das coisas que perco
nesse exato momento.
Dos livros que não estou lendo, dos filmes que não estou vendo, das pessoas...
Falta dos meus atuais amigos.
Falta de mim.

Dia da mentira: pequenas coisinhas da escola de Direito

1) pequenas mentirinhas, no caso de Bondade, são aceitáveis
2) a pior mentira, que enche as salas dos psicanalistas, é a mentira para si mesmo
(...)
Mas e quando mentir pra si mesmo é um ato de bondade?
A pensar.

Sobre banalidade, solidão e sonho

Nunca diria não
sempre e tanto
por quanta confusão
se diria, no entanto,
íntegro e pouco.

De toda a banalidade
que se pudera conceber,
não haveria solidão maior
que o embalar de si mesmo
no sono.

Se dormir sem sonhar
agora é palavra comum,
não me permita que deixe de ser
íntegro, pouco e banal
(porquanto solidão fortalece)

Ignorar ou não?

Pode-se escolher?
Sempre preguei que 'a ignorância pode ser uma virtude' ou 'antes viver ilusões a morrer verdades'.
De fato, iludir-se faz parte de todo um aparato para nos motivar a algum fim específico ou simplesmente nos dar esperanças. Essas últimas não são nada mais que um eufemismo de ilusão.
Não pensava, porém, que a verdade persegue. Por mais que desejemos não saber, e de fato não saibamos, a todo momento há insinuações que nos levam a uma realidade indesejável.

Nesse momento, a verdade me sufoca.

Fechado para balanço

por tempo indeterminado.

As conclusões necessárias

Muita confusão,
muita comoção
com certa falta de perspectiva.
Muita opinião,
pouco apoio
Muita corrupção.
E vão-se integridades, pessoas, coisas especiais
pra ser tudo uma banalidade só.
E é isso o que eu realmente quero?
A resposta é óbvia demais.

O sistema sofre auto-correção

Coisas estranhas acontecem quando pessoas anti-sociais
enfim socializam

Eu não sou quem você procura.

Definido

"Há mais ou menso um ano, voltei a sentir aquele vazio que tinha antes e que so tinha sido apaziguado por toda aquela parafernalha de formatura. Nao estava onde queria nem era quem queria ser. Entao, sumi por quase um ano. Hoje, quando acordo de madrugada me sentindo estranha, pego um papel e um lapis e escrevo um conto. Meu irmao diz que isso é coisa de gente metida a nerd, mas isso nao é da conta dele. Ainda nao sou quem pretendia ser nem estou completa. Mas acho q ninguem nunca se sentiu assim por mais de um minuto. Há tanto o q fazer, pensar... Entao, acho um rumo e sigo. Quando acaba, encontro outro. É isso."

Comentário de W, mais uma das minhas personagens, há algum tempo

O que aprendi sobre coerção

"É impossível não acabar sendo do jeito que os outros acreditam que você é."

Frase atribuída a Júlio César em Os idos de março e citada por Gabriel García Márquez em Memória de minhas putas tristes

A essência dos meus dias

"Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor."

Thiago de Mello

Never gonna fall in love again

Chorei. Chorei repetidas vezes.

Não choro mais. Fico com um aperto guardado no peito. Guardado, como aquele sentimento, aquela alegriazinha pitada no dia, que não podia deixar que os outros percebessem. Mas nunca fui muito boa nisso. Quase não escrevo mais. Como dito no lema daqui "o que é bom a gente vive", e havia aquela felicidade tão sólida e real. Hoje, porém, minhas feridas estão abertas. E em fim sei que não estou preparada pra enfrentar tudo aquilo de novo. Não agora. Não enquanto eu não puder chorar.