Saturday, July 15, 2006

Conto
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Seguiu as sempre quatro primeiras ruas. Passou nos sete primeiros cantos. Parou no primeiro bar. Bebeu o não sei qual whisky duplo... vagou... e vagou... Nome? Alexandre. Profissão? Vagabundo. Destino? A vida.
Não tão poderoso quanto o Magno, não tão nobre quanto os luises, mas gente. Merecedor de cantos, esquinas e bares...
De cansado de vagar parou num beco. Era noite e escorpião estava brilhante. Adormeceu. Acordou com aquelas moedinhas caindo no seu chapéu. Desculpe, não trabalho aos domingos. Levantou e saiu caminhando. Seguiu uma rua desconhecida.
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O despertador atrasou desta vez. Seis e meia e ainda na cama. Correria pra chegar na faculdade. Medicina. Saiu de casa num pulo só. "Corredora"? Lena. Só? Não, Lena Bahia Alves do Carmo Ferreira Moraes Bragança. Real? Princesa. Das que de tão doces misturam-se ao amargo e de tão belas ofuscam todo o resto. Das que lutam...
Pega um atalho.
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Medicina e a vida... caminhos cruzados.
Um beco e um atalho. Se entreolharam. Ela, acostumada com as maiores cortesias, já esperava um elogio costumeiro. Pouco narcisista. Ele nem ligava. Ambos dentro de um ônibus lotado. Naquele imenso silêncio, desprezo emanava dela. Ainda sem ligar, ele pergunta "Quantas horas?". Amor ao meio-dia.
Hoje ela não ia à faculdade.
Dobraram a esquina e ninguém mais viu.

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